Controversia en la muerte de Marcelino da Mata, "el militar más condecorado del Exército de Portugal".
Este jueves, día 11 de febrero, fallecía a los 80 años
(víctima del covid-19) el teniente coronel Marcelino da Mata, uno de los
soldados de la Guerra Colonial portuguesa más condecorados y que provoca
sentimientos más polarizados. Natural de Guinea-Bissau, fue uno de los
fundadores de los comandos, tropa de élite en la que sirvió desde el
comienzo de la Guerra Colonial en 1961, y en la que pasó de soldado
a oficial, sido ascendido finalmente a mayor, y graduado en teniente
coronel.
El 19 de julio de 2018, cuando se discutió su último ascenso, el presidente de la Asociación 25 de Abril, "Capitão de Abril", coronel Vasco Lourenço, se rebeló contra esta posibilidad, afirmando en un artículo en PÚBLICO que Marcelino da Mata había cometido “crímenes de guerra” en Guinea, con “especial énfasis” en el ataque a Conakry (Operación Mar Verde). “Como então, quando foram cometidos esses crimes de guerra (resultado da acção de autênticos assassinos) envergonharam muitos dos militares que deles tomaram conhecimento, esta promoção, a existir, constituirá uma enorme vergonha para o Portugal de Abril!”, escribió.
Helena Pato, una de las luchadoras antifascistas más significativas de Portugal, administradora del grupo de facebook “Fascismo nunca mais!”, con 17.900 miembros, escribía en el mismo: "Defender este criminoso, cujo historial de guerra está muito testemunhado, é defender os crimes cometidos que foram muito além da guerra colonial. Defendem-no apenas aqueles que, ou também os cometeram, ou aqueles que até hoje defendem o colonialismo e foram contra o direito dos povos colonizados à independência”.
Otro miembro de este grupo, Manuel Nel Cunha escribe: “Esse medalhado, matava por prazer e para bajular os chefes da guerra que lhe colocavam penduralhos ao peito. Nunca serviu Portugal, serviu a ditadura fascista!” Y ante la acusación de odio de otro de los intervinientes -Carlos Lopes- contesta: “Ódio não! Objectividade a falar dos ‘feitos heroicos’ que não passavam de crimes contra a pessoa humana. Você conheceu-o quando ele tinha por hábito cortar os testículos a presos? Quando varria aldeias com mulheres e crianças sem dó nem piedade? Será que esse ‘heroi’ alguma vez sentiu remorsos dos crimes que cometeu?”. El interpelado, en cambio, niega las acusaciones, a lo que siguen diversas argumentaciones en uno u otro sentido de varios miembros más del grupo.
El coronel Carlos Matos Gomes -militar prestigioso, investigador esencial de las Guerras Coloniales, extraordinario novelista y articulista, que realizó parte de su servicio militar con Marcelino da Mata en Guinea, entre 1972 y 1974-, más ecléctico, lo recuerda como un hombre "de gran coraje, un combatiente muy competente, agresivo e inteligente” a cargo de un grupo de operaciones especiales “diversificadas e irregulares en el interior de Guinea y en los países vecinos”: Marcelino da Mata, al mando de un grupo de incondicionales, muchas veces actuaba de paisano y con un plan de actuación propio.
Por su parte, el teniente
general Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, escribe
sobre el militar fallecido: “Os
feitos militares de Marcelino da Mata são feitos da maior coragem, bravura e lealdade
á Bandeira de Portugal, que jurou servir. Brilhavam no seu peito a
Torre Espada, Valor Lealdade e Mérito e cinco cruzes de guerra. A
Liga dos Combatentes curva-se perante o Herói soldado que nos deixa. A
Liga dos Combatentes, certamente como acontece com as Forças Armadas
Portuguesas está de luto. Morreu mais um dos seus combatentes e este dos mais
bravos e corajosos no campo de batalha”.
José Luís da Costa e Sousa, Oficial Superior
Paraquedista,
en el Grupo de Facebook “Antigos Combatentes da Guiné” -de 9.500 miembros-, escribe: “O Tenente Coronel Marcelino da
Mata, o maior Herói militar desta madrasta Pátria, faleceu. Era negro da Guiné sim, negro como a noite. Mas o Portugal
anterior ao 25Abril não tinha negros, nem brancos, nem indianos, nem chineses,
nem mestiços, éramos todos portugueses duma só cor, a de Portugal
pluricontinental, multicultural e plurirracial. Depois do 25 de Abril, no
11Mar75, a subterrânea ralé militar que serviu o PREC, prendeu-o durante meses,
torturou-o no Ralis, com choques eléctricos nos testículos... para ele
confessar nadas que não sabia dos jogos moscovitas da revolução. Ao longo
destes anos a Pátria remanescente marginalizou-o por políticas anti portuguesas
por aí instaladas”.
El
teniente coronel, piloto aviador
reformado, João José Brandão Ferreira, llega a afirmar en su blog “O
Adamastor”: “O Portugal de hoje, sem memória, sem vergonha,
materialista, corrompido, eivado de ideias e ideologias malsãs, sem tino e sem
rumo, não merece a distinção de ter Homens como Marcelino da Mata, que nem sequer vai poder ser
homenageado com honras militares fúnebres, mais do que merecidas”.
Moisés Cayetano Rosado