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martes, 2 de junio de 2020


MENTALIDADES Y ACTITUDES DE LOS “CAPITÃES DE ABRIL”

Hace muchos años que vengo estudiando las mentalidades dentro de la oficialidad joven del ejército portugués de los años setenta, la que dio el "Golpe dos Capitães" el 25 de Abril de 1974, contra la dictadura salazarista-caetanista de más de cuarenta años de duración. En estos meses de "confinamiento" estoy investigando en ello con intensidad y con... comparaciones. Conozco a muchos de esos "capitães"; algunos son amigos míos desde hace años. Pero me queda mucho por reflexionar para entender con mínima profundidad el tema antes de ponerme a escribir el libro que me ha encargado la Fundación Caja Badajoz sobre el "Capitão de Abril Salgueiro Maia". ¡Todo se andará! Si alguien puede ayudarme a "buscar luz", se lo agradeceré profundamente.
Uno de los análisis más lúcidos que he escuchado sobre las mentalidades de los "Capitães de Abril" y su evolución a lo largo de las guerras coloniales (1961-1974) es el del "Capitão de Abril", y buen amigo desde hace muchos años, coronel Manuel Duran Clemente (que ha tenido la amabilidad de intervenir en estas reflexiones a través de facebook, como más adelante se refleja).
Manuel Duran Clemente interviene con esta lúcida aportación:
Há militares que já tinham uma certa cultura vinda do ensino secundário e superior. A partir de 1960 dá-se uma democratização dos cadetes que vão para os tres ramos das FFAA. Com a guerra colonial deixam de ir para as Academias Militares os filhos da classe média alta,de oficiais generais e passam a ir filhos do Povo....(no ramo exercito) de 80 cadetes filhos da burguesia passam a entrar 400 filhos de extractos sociais mais baixos, do Minho a Timor,para satisfazer as necessidades da guerra. Sobre isso ler Maria Carrilho a socióloga que escreveu um livro sobre a "sociologia das FFAA nos anos 80”. Esses jovens oficiais com os jovens da Armada e da Força Aérea têm uma compreensão diferente do que se passa na guerra quando chegam a ela em 1961 e há toda uma dialéctica que se desenvolve nos anos sangrentos.São esses que são capitães,em 1974. entrados nas Academias em 1960 e seguintes .Também é facto bastante importante a companhia de militares milicianos, ex-universitáriose das lutas académicas e alguns com uma cultura politica assaz esclarecida.
"Capitão de Abril" Durán Clemente
Durante dois anos ou mais nasce (tempo de cada comissão expedicionária) um caldo de cultura muito estreito que se produz entre os militares de carreira e os militares milicianos. E nos oficiais do quadro (capitães) se repetiu duas três ou mesmo quatro vezes. A realidade da guerra desmente a propaganda da ditadura e ainda mais quando essa guerra se supunha de 4 a 5 anos e chegam aos 13 anos nas tres colonias Guiné, Angola e Moçambique sem uma solução politica esperada à partida. Estamos nos anos 60. Grandes acontecimentos se passam pelo mundo com lutas de protesto pela liberdade, igualdade e direitos humanos. O ano de 1968, é por exemplo, um ano proficuo de lutas na Europa e noutros continentes : Lutther King, Black Power e mortes de estudantes no México, Maio de 68, lutas académicas, descolonizações, Woodstck/69, os Beatles de 1960 etc,etc.......................
Nos anos de guerra os capitães no mato desempenham um papel essencial  (ler Pezarat Correia-"questionar Abril") que reflecte exactamente sobre três aspectos: o que se passa no mundo, o efeito boomerang da "acção psicolólica" e porquê "capitães”. O que se passa no mundo tem a ver com o pos-guerra, com as descolonizações e com as guerras perdidas na Indochina (França) e Vietnam (EUA-quase no fim) para além do que já referi sobre os anos 60. O efeito da acção psicolõgica que nós militares aprendemos teve um efeito "boomerang". O que ía na cabeça feita dos militares (oficiais) é que íamos por bem, com a teoria hipócrita duma "evangelização cultural, religiosa e desenvenvolmentista" o que no contacto com as realidades e com os africanos se revelava com efeito contrário. Não raras vezes eles nos diziam "vocês estão enganados". Vejam! E tivemos mais duma década para ver. Por ultimo porquê capitães ,como diz Pezarat, porque os capitães no mato eram os comandantes ,os pais, os médicos, os enfermeiros,etc... daquela gente à volta dos aquartelamentos. A consciência dos militares foi se desenvolvendo e alargando e bastaram uns quantos mais ousados e mais cultos pliticamente para aglutinar o descontentamento geral. Começa na Guiné por ser mais pequeno o terrirório, mais fácil o contacto dos capitães e a acção aparentemente revolucionária de Spínola! De lá sai em Agosto/73 o primeiro protesto de capitães e já tinha saído, meses antes, o protesto de 400 militares contra um "célebre" "Congresso dos Combatentes no Porto" de aparência ilusória e fabricado pelo Poder na base de milicianos adeptos do regime. Em Setembro aos 50 capitães da Guiné se juntam perto de Évora mais 136 militares (95 capitães, 39 tenentes e 2 alferes)...e o Movimento dito de capitães passa a contar com praticamente mais de duas centenas de militares porque também entram alguns oficiais superiores e os capitães aderentes de Angola e de Moçambique ..........................................
Já contei aqui no FB, noutra ocasião, que conheci, em Setembro de 1973, Salgueiro Maia (vindo do final duma missão no mato) numa reunião, das autorizadas, no meu batalhão onde estava situada a Biblioteca do QG. Foi clarividente a demonstração da sua vontade em derrubar o regime. "Temos homem" exclamámos alguns. A História viria a confirmã-lo. MDC 1.06.2020
Lo que vieron, vivieron, sintieron, en Guinea, Angola y Mozambique les hizo ir apartándose del colonialismo y la dictadura, adquiriendo una mentalidad de compromiso social definitiva. Cuando pase el confinamiento, espero volver a hablar con él de este tema (y muchos más) en nuestra añorada Lisboa.
¿No es revelador esto?: “Salgueiro Maia foi um jovem militar que, como tantos, foi para África com a certeza que ia defender Portugal, de Minho a Timor, defendendo uma causa justa. Antes de embarcar, Salgueiro Maia tinha uma crença: ‘mas que importa isso se ter a noção da guerra era também possibilidade de combater pela dignidade de uma sociedade multirracial e multicontinental em que eu acreditava?’. Rapidamente se convence que tudo o que tinha aprendido, sobre Portugal uno e pluricontinental, era propaganda do regime e nada mais”. (DUARTE, António de Sousa. “Salgueiro Maia um homem de liberdade”. Porto: ASA, 1995, p. 32.)
O esto: “Salgueiro Maia é mais um, dos muitos militares, que, quando chega a Moçambique, logo no primeiro dia, é confrontado com o racismo presente no tratamento entre colonos e nativos. Este militar assiste à indignação de um colono ao saber que o seu filho tinha sido chamado para cumprir o serviço militar e, tal como outros milhares de jovens, ir para a guerra. Este colono pergunta se na metrópole não existem homens para a guerra, que o filho dele é necessário para tomar conta dos pretos. A este colono outras vozes se juntam, concordando e dizendo que Portugal tem que arranjar uma maneira de controlar os pretos, para que estes possam viver como se vive na vizinha África do Sul, um modelo a seguir”. (MAIA, Fernando José Salgueiro. “Capitão de Abril: história da guerra do ultramar e do 25 de Abril, depoimentos”. Lisboa: Notícias, 1994, p. 77).
Otro tanto le ocurre a "capitães" tan significativos como Vasco Lourenço, Melo Antúnes, Otelo Saraiva de Cavalho (“o contacto permanente com as populações do interior, os exemplos viris de dignidade dos nativos e da indignidade de muitos brancos /.../ transformaram aqueles jovens inexpertes”, escribe en “Alvorada em Abril”. Lisboa. Livraria Bertrand, 1977, p. 34), Aniceto Afonso, Pires Veloso..., de los que igualmente tengo interesantes testimonios.
El planteamiento de las tres “D”: Democratizar, Desenvolver y Descolonizar, surge firme de una experiencia directa y chocante en las guerras coloniales.
Nos queda mucho por debatir y mostrar... Tiempo habrá.
Moisés Cayetano Rosado

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