MORRE O COMANDANTE CARLOS DE ALMADA CONTREIRAS
O amigo e director das Edições Colibri, Fernando Mão de Ferro,
informou-me na noite de 18 de Dezembro da morte inesperada do Comandante Carlos
de Almada Contrerias.
Almada Contreiras, Capitão-de-Mar-e-Guerra (equivalente a Coronel do Exército),
foi Conselheiro de Estado, Conselheiro da Revolução e director do Serviço de
Coordenação de Informação em 1975, tendo participado activamente no Golpe
Militar de 25 de Abril a partir de um posto “clandestino” no Ministério da
Marina, desde que alertou para a chegada da fragata “governamental” Gago Coutinho aos Paços do Concelho, onde as tropas de Salgueiro Maia manobravam.
Anteriormente, tinha participado ativamente na redação do Programa do Movimento das Forças Armadas e foi quem indicou a
canção Grândola Vila Morena como
sinal de operações militares. No Golpe de
“recondução” de 25 de Novembro de 1975, sofreu perseguições e prisão, sendo
posteriormente reabilitado, tendo sido agraciado com várias condecorações,
entre as quais a Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade.
Tive a honra de o
conhecer pessoalmente, conversar profundamente com ele e, sobretudo, tê-lo como
tradutor do meu livro Salgueiro Maia, das
Guerras em África a Revolução dos Cravos (ao qual prestou sábios
esclarecimentos), que as Edições Colibri
publicaram em 2021 e vai na 4ª edição. Ele próprio apresentaria o meu livro em 2021
na Casa da Cultura de Setúbal.
Almada Contreiras, de
ascendência parcial espanhola, nasceu em Aljustrel, distrito de Beja, em 1941;
ingressou na Academia Naval em 1960, desempenhando várias comissões militares
na Guiné, Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe, e para além de ser um
militar de relevo (considerado por muitos como o mais importante membro do MFA dentro da Marinha), foi um excelente
investigador e compilador de estudos, especialmente referentes à Revolução dos Cravos, destacando-se a
volumosa obra coletiva Operação Viragem
Histérico, publicada pelas Edições
Colibri, onde dirigiu todas as publicações referentes à Revolução.
Que descanse em paz esta
pessoa tão boa, um militar coerente com a defesa dos valores humanos e
democráticos, um estudante incansável e um magnífico exemplo para todos.
MOISÉS CAYETANO ROSADO
MURIÓ EL COMANDANTE CARLOS DE ALMADA CONTREIRAS
El amigo y director de Edições Colibri, Fernando Mão de Ferro, me comunica en la noche del
18 de diciembre el fallecimiento inesperado del comandante Carlos de Almada
Contrerias.
Almada Contreiras, Capitão de Mar y Guerra(equivalente a coronel del Ejército),
fue Consejero de Estado, Consejero de la Revolução y director del Servicio de
Coordinación de Información en 1975, habiendo participado activamente en el
Golpe Militar del 25 de Abril desde un puesto “clandestino” en el Ministerio de
Marina, desde donde avisó de la llegada de la fragata “gubernamental” Gago Coutinho a los Paços do Concelho, donde maniobraban las tropas de Salgueiro Maia.
Previamente, había participado activamente en la redacción del Programa do Movimento das Forças Armadas
y fue quien indicó la canción Grândola
Vila Morena como seña de las operaciones militares. En el Golpe de “reconducción” del 25 de Noviembre
de 1975 padeció persecución y encarcelamiento, siendo rehabilitado
posteriormente, otorgándosele diversas condecoraciones, entre ellas la Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Con Almada Contreiras y Fernando Mão de Ferro en Casa do Alentejo. Lisboa. |
Tuve el honor de conocerlo personalmente, charlar profundamente con él y, sobre todo, que fuera el traductor de mi libro Salgueiro Maia, das Guerras em África a Revolução dos Cravos (al que aportó sabias precisiones), que publicó Edições Colibri en 2021 y va por la 4ª edición. Él mismo presentaría en ese 2021 mi libro en la Casa de Cultura de Setúbal.
Almada Contreiras, de ascendencia parcialmente
española, nació en Aljustrel, distrito de Beja, en 1941; ingresó en la Escuela
Naval en 1960, realizando diversas comisiones militares en Guiné, Moçambique,
Angola y Santo Tomé e Príncipe, y aparte de un destacado militar (considerado
por muchos como el más importante miembro del MFA dentro de la Marina), era un destacado investigador y
recopilador de estudios, especialmente referentes a la Revolução dos Cravos, destacando el voluminoso trabajo colectivo Operação Viragem Histórico, publicado
por Edições Colibri, donde dirigía
todas las publicaciones referentes a la Revolução.
Descanse en Paz tan buena persona, militar
consecuente con la defensa de los valores humanos y democráticos, estudioso
incansable y magnífico ejemplo para todos.
MOISÉS
CAYETANO ROSADO
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