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miércoles, 30 de enero de 2013



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POESIA DE MOISÉS CAYETANO ROSADO
Hoje vamos falar de um livro escrito por um poeta argonauta – Moisés Cayetano Rosado. Dedicamos este espaço onde falamos do livro, enquanto instrumento substantivo da cultura, e de livros – novidades e não – livros de que tenhamos gostado. E gostámos muito de ler os poemas de Segunda Vuelta*, uma colectânea que reúne poemas que Moisés Cayetano escreveu entre 1968 e 2008. Poemas cuja leitura nos trouxe â memória as discussões que, sobretudo nos anos sessenta, se travavam em torno de uma dicotomia entre forma e conteúdo. A polémica vinha de trás, do pós-guerra, quando neo-realistas e presencistas se tinham digladiado. Ficou particularmente famosa a discussão entre José Régio e Ál varo Cunhal a propósito da obra de Jorge Amado – como já disse noutro lugar, tratava-se de um diálogo de surdos: Régio apoiavaa-se em argumentos literários, estéticos; Cunhal partia de pressupostos sociológicos e políticos – nenhum tinha razão, ambos tinham razão.
Pois em Segunda Vuelta (como acontece em toda a boa poesia) esse conflito não existe – o poeta diz da sua revolta, da sua esperança, sem nunca abandonar o território da poesia Diz o autor na nota com que encerra o livro: «Esta Segunda Vuelta resume cuarenta años de sueños, ilusiones, apasionado testemonio, desalientos, recaídas y algunas alegrías, amores, esperanzas. Ningún otro libro más querido, ninguno más esencial – a mi parecer – de todos cuantos he escrito, de tanto como he escrito en cualquier modalidad en que lo hiciera.»
E este livro tem um encanto especial para os portugueses, particularmente para aqueles que nasceram a tempo de sofrer a amargura da noite da repressão e de assistir à luminosa alvorada de Abril – Moisés Cayetano, nos seus poemas de Siempre Abril (uma das partes em que o livro está organizado), reflecte o seu conhecimento profundo da realidade portuguesa; aliás, na primeira metade daqueles anos 70, muito semelhante à que se vivia em Espanha. Mas a madrugada de Abril em breve anoitecia – como sempre acontece, a esperança transformou-se em desespero, a luz em escuridão… até que a luz e a esperança renasçam.
Num poema da quarta parte (Amanecer), os últimos versos resumem esta permanente luta entre a luz e as trevas, que é, afinal, o resumo da história da humanidade. E de cada ser humano: Siempre amanece un hilo de esperanza/em medio de lo torvo y lo siniestro,/en medio de la dura desazón. /Y salimos nosotros,/una vez y otra más, y más… rozando el infinito,/ recuperados/de cada tropiezo de la vida.
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*Uma publicação da Editora Regional de Extremadura com o apoio da Junta de Extremadura (Colección Vincapervinca, Badajoz, 2009).
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P.D.: Pueden descargar el libro en los Archivos adjuntos de este blog, documento nº: 21