MENTALIDADES Y ACTITUDES DE LOS “CAPITÃES DE ABRIL”
Hace muchos años que vengo
estudiando las mentalidades dentro de la
oficialidad joven del ejército portugués de los años setenta, la que dio el
"Golpe dos Capitães" el 25 de Abril de 1974, contra la dictadura
salazarista-caetanista de más de cuarenta años de duración. En estos meses de
"confinamiento" estoy investigando en ello con intensidad y con...
comparaciones. Conozco a muchos de esos "capitães"; algunos son amigos
míos desde hace años. Pero me queda mucho por reflexionar para entender con
mínima profundidad el tema antes de ponerme a escribir el libro que me ha
encargado la Fundación Caja Badajoz sobre el "Capitão de Abril Salgueiro
Maia". ¡Todo se andará! Si alguien puede ayudarme a "buscar
luz", se lo agradeceré profundamente.
Uno de los análisis más lúcidos que
he escuchado sobre las mentalidades de los "Capitães de Abril" y su
evolución a lo largo de las guerras coloniales (1961-1974) es el del
"Capitão de Abril", y buen amigo desde hace muchos años,
coronel Manuel
Duran Clemente (que ha tenido la amabilidad de intervenir en estas reflexiones a través
de facebook, como más adelante se refleja).
Há militares que já tinham uma
certa cultura vinda do ensino secundário e superior. A partir de 1960 dá-se uma
democratização dos cadetes que vão para os tres ramos das FFAA. Com a guerra
colonial deixam de ir para as Academias Militares os filhos da classe média
alta,de oficiais generais e passam a ir filhos do Povo....(no ramo exercito) de
80 cadetes filhos da burguesia passam a entrar 400 filhos de extractos sociais
mais baixos, do Minho a Timor,para satisfazer as necessidades da guerra. Sobre
isso ler Maria Carrilho a socióloga que escreveu um livro sobre a
"sociologia das FFAA nos anos 80”. Esses jovens oficiais com os jovens da
Armada e da Força Aérea têm uma compreensão diferente do que se passa na guerra
quando chegam a ela em 1961 e há toda uma dialéctica que se desenvolve nos anos
sangrentos.São esses que são capitães,em 1974. entrados nas Academias em 1960 e
seguintes .Também é facto bastante importante a companhia de militares
milicianos, ex-universitáriose das lutas académicas e alguns com uma cultura
politica assaz esclarecida.
"Capitão de Abril" Durán Clemente |
Durante dois anos ou mais nasce (tempo
de cada comissão expedicionária) um caldo de cultura muito estreito que se
produz entre os militares de carreira e os militares milicianos. E nos oficiais
do quadro (capitães) se repetiu duas três ou mesmo quatro vezes. A realidade da
guerra desmente a propaganda da ditadura e ainda mais quando essa guerra se
supunha de 4 a 5 anos e chegam aos 13 anos nas tres colonias Guiné, Angola e
Moçambique sem uma solução politica esperada à partida. Estamos nos anos 60. Grandes
acontecimentos se passam pelo mundo com lutas de protesto pela liberdade, igualdade
e direitos humanos. O ano de 1968, é por exemplo, um ano proficuo de lutas na
Europa e noutros continentes : Lutther King, Black Power e mortes de estudantes
no México, Maio de 68, lutas académicas, descolonizações, Woodstck/69, os
Beatles de 1960 etc,etc.......................
Nos anos de guerra os capitães no
mato desempenham um papel essencial (ler
Pezarat Correia-"questionar Abril") que reflecte exactamente sobre
três aspectos: o que se passa no mundo, o efeito boomerang da "acção
psicolólica" e porquê "capitães”. O que se passa no mundo tem a ver
com o pos-guerra, com as descolonizações e com as guerras perdidas na Indochina
(França) e Vietnam (EUA-quase no fim) para além do que já referi sobre os anos
60. O efeito da acção psicolõgica que nós militares aprendemos teve um efeito
"boomerang". O que ía na cabeça feita dos militares (oficiais) é que
íamos por bem, com a teoria hipócrita duma "evangelização cultural,
religiosa e desenvenvolmentista" o que no contacto com as realidades e com
os africanos se revelava com efeito contrário. Não raras vezes eles nos diziam
"vocês estão enganados". Vejam! E tivemos mais duma década para ver.
Por ultimo porquê capitães ,como diz Pezarat, porque os capitães no mato eram
os comandantes ,os pais, os médicos, os enfermeiros,etc... daquela gente à
volta dos aquartelamentos. A consciência dos militares foi se desenvolvendo e
alargando e bastaram uns quantos mais ousados e mais cultos pliticamente para
aglutinar o descontentamento geral. Começa na Guiné por ser mais pequeno o
terrirório, mais fácil o contacto dos capitães e a acção aparentemente
revolucionária de Spínola! De lá sai em Agosto/73 o primeiro protesto de
capitães e já tinha saído, meses antes, o protesto de 400 militares contra um
"célebre" "Congresso dos Combatentes no Porto" de aparência
ilusória e fabricado pelo Poder na base de milicianos adeptos do regime. Em
Setembro aos 50 capitães da Guiné se juntam perto de Évora mais 136 militares
(95 capitães, 39 tenentes e 2 alferes)...e o Movimento dito de capitães passa a
contar com praticamente mais de duas centenas de militares porque também entram
alguns oficiais superiores e os capitães aderentes de Angola e de Moçambique ..........................................
Já contei aqui no FB, noutra
ocasião, que conheci, em Setembro de 1973, Salgueiro Maia (vindo do final duma
missão no mato) numa reunião, das autorizadas, no meu batalhão onde estava
situada a Biblioteca do QG. Foi clarividente a demonstração da sua vontade em
derrubar o regime. "Temos homem" exclamámos alguns. A História viria
a confirmã-lo. MDC
1.06.2020
Lo que vieron, vivieron, sintieron,
en Guinea, Angola y Mozambique les hizo ir apartándose del colonialismo y la
dictadura, adquiriendo una mentalidad de compromiso social definitiva. Cuando
pase el confinamiento, espero volver a hablar con él de este tema (y muchos
más) en nuestra añorada Lisboa.
¿No es revelador esto?: “Salgueiro Maia foi um jovem militar que, como tantos, foi para África
com a certeza que ia defender Portugal, de Minho a Timor, defendendo uma causa
justa. Antes de embarcar, Salgueiro Maia tinha uma crença: ‘mas que importa
isso se ter a noção da guerra era também possibilidade de combater pela
dignidade de uma sociedade multirracial e multicontinental em que eu
acreditava?’. Rapidamente se convence que tudo o que tinha aprendido, sobre
Portugal uno e pluricontinental, era propaganda do regime e nada mais”.
(DUARTE, António de Sousa. “Salgueiro Maia um homem de liberdade”. Porto: ASA,
1995, p. 32.)
O esto: “Salgueiro
Maia é mais um, dos muitos militares, que, quando chega a Moçambique, logo no
primeiro dia, é confrontado com o racismo presente no tratamento entre colonos
e nativos. Este militar assiste à indignação de um colono ao saber que o seu
filho tinha sido chamado para cumprir o serviço militar e, tal como outros
milhares de jovens, ir para a guerra. Este colono pergunta se na metrópole não
existem homens para a guerra, que o filho dele é necessário para tomar conta
dos pretos. A este colono outras vozes se juntam, concordando e dizendo que
Portugal tem que arranjar uma maneira de controlar os pretos, para que estes
possam viver como se vive na vizinha África do Sul, um modelo a seguir”.
(MAIA, Fernando José Salgueiro. “Capitão de Abril: história da guerra do
ultramar e do 25 de Abril, depoimentos”. Lisboa: Notícias, 1994, p. 77).
Otro tanto le ocurre a "capitães" tan
significativos como Vasco Lourenço, Melo Antúnes, Otelo Saraiva de Cavalho (“o contacto permanente com as populações do
interior, os exemplos viris de dignidade dos nativos e da indignidade de muitos
brancos /.../ transformaram aqueles jovens inexpertes”, escribe en “Alvorada
em Abril”. Lisboa. Livraria Bertrand,
1977, p. 34), Aniceto Afonso, Pires Veloso..., de los que igualmente tengo
interesantes testimonios.
El planteamiento de las
tres “D”: Democratizar, Desenvolver y Descolonizar, surge firme de una
experiencia directa y chocante en las guerras coloniales.
Nos queda mucho por debatir y
mostrar... Tiempo habrá.
Moisés
Cayetano Rosado
No hay comentarios:
Publicar un comentario